O Agrupamento de Escolas Amadeo de Souza Cardoso recebeu o relatório científico do projeto em que participou: IoGeneration – Estado do iodo em Portugal: o papel da suplementação em idades escolares através das turmas participantes no estudo que foram previamente selecionadas através do sistema de amostragem complexo, a saber: Escola Básica Amadeo Souza Cardoso, de Avenida, Ataíde e de Igreja, Vila Caíz. A participação das turmas envolvidas decorreu no ano letivo transato.
O projeto Iogeneration teve o propósito último de
consciencializar a população bem como os profissionais dos serviços alimentares
escolares para a importância da ingestão adequada de iodo para a saúde,
pretendendo desta forma contribuir também para a promoção de políticas e medidas de
saúde pública que reduzam as desigualdades nutricionais. Neste âmbito, os
objetivos do projeto Iogeneration são especificamente:
-
Avaliar os níveis de iodo em crianças portuguesas (6-12 anos) em escolas do
norte de Portugal;
-
Relacionar os níveis de iodo com indicadores de desenvolvimento cognitivo;
-
Monitorizar a utilização de sal iodado nas cantinas e domicílios e o
consequente impacto na saúde;
O iodo
é um micronutriente essencial para a síntese das hormonas da tiróide. Por este
motivo, o aporte adequado de iodo é determinante para o metabolismo celular
global bem como para o desenvolvimento do sistema nervoso central.
Os
alimentos do mar (moluscos, crustáceos e peixe) são classicamente reconhecidos
como fontes naturais de iodo. Para além destes, também se reconhece que o leite
e os laticínios são bons veículos de iodo na alimentação humana. Contudo, a
quantidade de iodo naturalmente presente nos alimentos depende de diversos
fatores tais como o conteúdo dos solos ou águas em iodo, as práticas agrícolas,
a espécie de peixe e a estação do ano. A quantidade de iodo ingerida depende
pois destes fatores, bem como da frequência de consumo de alimentos ricos em
iodo. Para além disto, a biodisponibilidade do iodo pode ser comprometida pela
presença de constituintes da dieta, tais como os que estão presentes na soja.
Estes motivos, entre outros, explicam a plausibilidade de uma ingesta
insuficiente de iodo.
Principais
resultados
A mediana de iodo urinário foi de
129 μg/l que, de acordo com os critérios da Organização Mundial de Saúde,
corresponde a um valor adequado;
32% da população apresentou
deficiência de iodo, enquanto que 5% apresentou excesso deste nutriente;
Crianças que ingeriam menos de um
copo de leite por dia apresentaram 4 vezes mais risco de deficiência de iodo do
que as crianças que ingeriam pelo menos dois copos de leite por dia;
Menos de 2% da população estudada
utilizava sal iodado em casa, valor muito abaixo dos 90% recomendados pela OMS
para utilização de sal iodado no domicílio;
Nenhuma das amostras de sal
utilizado nas cantinas escolares correspondia a sal iodado;
A % de crianças com deficiência de
iodo foi maior na população com menor desempenho cognitivo. Esta diferença, no
entanto, deixa de ser significativa quando ajustada para o efeito da idade e do
consumo de leite;
O projeto IoGeneration teve um
impacto real na sensibilização da comunidade, visível pela elevada taxa de
adesão, pelo notável envolvimento das escolas e das crianças e pela mudança de
hábitos alimentares relativamente ao iodo;
O Seminário Iodo e Saúde, promovido
no âmbito do IoGeneration, juntou especialistas nacionais e internacionais de
várias áreas nesta matéria, e resultou na elaboração de um consenso
relativamente à implementação universal do sal iodado.
O PES congratula-se pela participação
neste projeto agradecendo uma vez mais aos professores e alunos envolvidos.
Sem comentários:
Enviar um comentário