quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Relatório científico do projeto Iogeneration chegou à escola!



O Agrupamento de Escolas Amadeo de Souza Cardoso recebeu o relatório científico do projeto em que participou: IoGeneration – Estado do iodo em Portugal: o papel da suplementação em idades escolares através das turmas participantes no estudo que foram previamente selecionadas através do sistema de amostragem complexo, a saber: Escola Básica Amadeo Souza Cardoso, de Avenida, Ataíde e de Igreja, Vila Caíz. A participação das turmas envolvidas decorreu no ano letivo transato.
O projeto Iogeneration teve o propósito último de consciencializar a população bem como os profissionais dos serviços alimentares escolares para a importância da ingestão adequada de iodo para a saúde, pretendendo desta forma contribuir também para a promoção de políticas e medidas de saúde pública que reduzam as desigualdades nutricionais. Neste âmbito, os objetivos do projeto Iogeneration são especificamente:
- Avaliar os níveis de iodo em crianças portuguesas (6-12 anos) em escolas do norte de Portugal;
- Relacionar os níveis de iodo com indicadores de desenvolvimento cognitivo;
- Monitorizar a utilização de sal iodado nas cantinas e domicílios e o consequente impacto na saúde;
O iodo é um micronutriente essencial para a síntese das hormonas da tiróide. Por este motivo, o aporte adequado de iodo é determinante para o metabolismo celular global bem como para o desenvolvimento do sistema nervoso central.
Os alimentos do mar (moluscos, crustáceos e peixe) são classicamente reconhecidos como fontes naturais de iodo. Para além destes, também se reconhece que o leite e os laticínios são bons veículos de iodo na alimentação humana. Contudo, a quantidade de iodo naturalmente presente nos alimentos depende de diversos fatores tais como o conteúdo dos solos ou águas em iodo, as práticas agrícolas, a espécie de peixe e a estação do ano. A quantidade de iodo ingerida depende pois destes fatores, bem como da frequência de consumo de alimentos ricos em iodo. Para além disto, a biodisponibilidade do iodo pode ser comprometida pela presença de constituintes da dieta, tais como os que estão presentes na soja. Estes motivos, entre outros, explicam a plausibilidade de uma ingesta insuficiente de iodo.

Principais resultados


A mediana de iodo urinário foi de 129 μg/l que, de acordo com os critérios da Organização Mundial de Saúde, corresponde a um valor adequado;
32% da população apresentou deficiência de iodo, enquanto que 5% apresentou excesso deste nutriente;
Crianças que ingeriam menos de um copo de leite por dia apresentaram 4 vezes mais risco de deficiência de iodo do que as crianças que ingeriam pelo menos dois copos de leite por dia;
Menos de 2% da população estudada utilizava sal iodado em casa, valor muito abaixo dos 90% recomendados pela OMS para utilização de sal iodado no domicílio;
Nenhuma das amostras de sal utilizado nas cantinas escolares correspondia a sal iodado;
A % de crianças com deficiência de iodo foi maior na população com menor desempenho cognitivo. Esta diferença, no entanto, deixa de ser significativa quando ajustada para o efeito da idade e do consumo de leite;
O projeto IoGeneration teve um impacto real na sensibilização da comunidade, visível pela elevada taxa de adesão, pelo notável envolvimento das escolas e das crianças e pela mudança de hábitos alimentares relativamente ao iodo;
O Seminário Iodo e Saúde, promovido no âmbito do IoGeneration, juntou especialistas nacionais e internacionais de várias áreas nesta matéria, e resultou na elaboração de um consenso relativamente à implementação universal do sal iodado.

O PES congratula-se pela participação neste projeto agradecendo uma vez mais aos professores e alunos envolvidos.




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